quarta-feira, 28 de julho de 2010

Carta para Nina

Cara Sra. Nina,

Conforme nossos contatos anteriores estou enviado o livro "Me perco e me dano" para sua apreciação.

Procuramos seguir, para esta publicação, todas as suas especificações e portanto esperamos que esteja de acordo com o seu gosto.

Informo que utilizamos papel na cor azul, sua preferida, peço que analise a gramatura e verifique se a satisfaz.

O padrão de letras, índice, cabeçalho, rodapé e paginação não são rebuscados, conforme sua orientação, para que o leitor não desvie sua atenção do conteúdo poético que é a essência do livro.

A capa dura almeja dar uma qualidade de best-seller e ao mesmo tempo um acabamento requintado em decorrência de sua alta exigência pelo melhor e ainda dar a durabilidade necessária ao exemplar.

Tomamos a liberdade, de acrescentar o texto "Uma certeza, a incerteza" de autor desconhecido que estava presente em seus manuscritos, pois acreditamos estar inserido no contexto geral do livro. Também removemos o poema de Carlos Drummond, seu predileto, de onde origina o título do livro, para que não caracterize qualquer tipo de plágio literário, uma vez que sua obra é única e assim deve permanecer.

Com relação a "orelha" do livro ainda está indefinida, uma vez que, ainda não nos foi enviado qualquer texto com uma perfeita descrição de seu estilo literário.

Logo, aguardamos seus comentários para quaisquer exigências de alteração, grandes ou pequenas, as quais executaremos com enorme satisfação. Exigências estas que trateremos como amenidades para seu contento.

Esperando tê-la atendido plenamente, me coloco a sua inteira disposição para esclarecimentos de dúvidas e outros assuntos relacionados a esta publicação que muito nos orgulha.

Atenciosamente,

Pedro Drummond
Gerente de Relações com o Cliente
Editora Aurora

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Saudades

Só esta palavra resume o que sinto.
Saudades. Pura saudades. Nada mais e nada menos. Saudades.

Ando triste, pensativo, por vezes evitando contato com outras pessoas.
Mas o melhor é fazer o oposto do que tenho feito.

Queria vê-la novamente, conversar, tocá-la.
Cheguei a conclusão que é uma equação sem solução.
Talvez não seja uma equação, talvez seja uma inequação, onde cada lado não tenha que ser igualado, nem majorado, apenas que seja diferente.
Só assim, será resolvido.

Queria encontrá-la e estar com ela novamente, sem que nos importassemos com passado ou futuro, mas somente o presente. Afinal só devemos ter o presente, o momento, passado e futuro já estão comprometidos com outros.

Por que não termos somente o presente? Sem pecado e sem culpa.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Violência Amor Ideias

Fiquei preocupado com a integridade física de Nina.
Pensei em ligar e perguntar como ela estava, mas não do ponto de vista emocional e sim físico.
Mas achei que estava criando um pretexto para bular o que ela me pediu e contactá-la. Estamos vivendo uma fase de notícias sobre violência contra as mulheres. Me lembrei quando Nina me disse que em outros tempos, usando suas palavras, "ele me quebraria".

Nunca pensei que fazer sexo se tornaria algo vazio. Parece que faço para saciar meu corpo. O Amor? Parece que o transferi para Nina.
Tenho medo do que penso. Tenho medo desta situação na qual me inseri e não sei como sair dela. É uma armadilha psíquica. Não sei como trazer de volta este amor transferido.

O modo como passei a pensar sobre a vida, o cotidiano, as pessoas ao meu redor parece que mudou drasticamente. Por outro lado, parece que sempre estiveram dentro de mim. Nina abriu as portas para que as ideias se arejassem. Não são ideias extra ordinárias, diria que são ideias livres, talvez desapegadas dos modelos que estão aí, a nossa volta e que moldam a sociedade, o cotidiano.

Hoje me sinto sozinho, mais uma vez.
Nina, onde está você? Eu sei.
Nina, o que você está fazendo? Não sei. Oxalá eu estivesse junto a ti para fazer.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Conexão

Sinto que perdi a conexão com minha mulher.
E criei uma com uma pessoa com a qual não posso ter.
Parece que não é uma simples questão de sexo.
É algo mais que procuro e que está com Nina.
Então posso considerar como perdido em definitivo.
Também, me parece que não quero reatar em definitivo.
Quero Nina presente em meu ser.
Isto é doentio, insano, mas é como quero neste momento.
Estou optando por não me conectar.
Nina, procuro sua meiguisse e sua voz apertada de amor e desejo.

domingo, 18 de julho de 2010

Calma

Ainda penso em Nina todos os dias.
Ao amanhecer, indo para o trabalho, quando retorno, ao dormir. E quando faço sexo.
Tenho estado calmo.

O fim de semana ocupado, recebendo colegas em casa.
Ainda bem que eu e Nina não moramos próximos.
250km nos separa.

Mas tenho pensado o que dizer quando encontrá-la novamente.
"- Se você não tiver nenhum compromisso hoje a noite, me convida pra um café na sua casa!"
Cafajeste. Egoísta.
Tudo poderia se resumir em casualidade e inconsequencia.

Tenho visto os crimes cometidos contra mulheres e pensado que natureza perversa tem o ser humano. Abominável. Me preocupei quando Nina comentou que o companheiro dela havia sido violento.

Enquanto isto, nas minhas conversas procuro onde reside a efemeridade e fugacidade dos atos para zombar e ironizar. É minha diversão. Mesquinho que sou, acho que estou acima da "vã filosofia".
Filosofo, grande besteira.

Nina onde está sua poesia? Só vejo realidade.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sensatez

A semana já começou, meus sentimentos e sentidos se tornam mais lógicos e comportados se comparados ao do final de semana, onde meus pensamentos se voltam para Nina.

Como já descrevi todos meus pensamentos convergem para ela e sofro. É uma loucura angustiante, onde penso em contactá-la de alguma forma, ligando, mandando uma mensagem e até ir ao encontro dela num ato de desvario. Mas me puxo para a realidade.

Hoje, neste momento de lucidez, acredito que está na hora de parar de alimentar este sentimento, está na hora de deixar José Drummond se ir. Da mesma forma que Nina disse que estava morrendo quando me escreveu pela última vez.

Toda vez que venho aqui depositar algo que eu tenha pensado alimento esta agonia, insensatez que não a trás para mim, apenas dor e sofrimento.

Acho que estou me deixando levar por um capricho, tudo acabou. Os sentimentos que ficaram com cada um, cada um deve tratá-los como quiser.

Digo que é um capricho, pois como cada um pode abandonar sua "bagagem" de vida para se unir ao outro? Impossível.

Resta a lembrança de um grande amor que quero compartilhar com um amigo e se coragem não me faltar com outro alguém....

sábado, 10 de julho de 2010

Olhar Interno

Há tempos não olhava para meu interior.
Nina, me fez isto.

Arrependimento

Estou arrependido
Arrependido por não ter estado na cama com Nina, quando podia ter estado.
Arrependido de não estar sob o mesmo chuveiro, quando podia ter estado.
Arrependido de tê-la deixado cedo, naquela noite, naquele hotel.
Arrependido de não ter me encontrado com ela.

Não me arrependo dos curtos e infinitos momentos em que nos amamos.

A água quente do banho, não sei porque, me lembrou o toque dela.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Descoberta

Estou me descobrindo e acredito que amor e sexo sempre caminharam juntos, apesar de eu como homem querer separar as coisas.

Mas, não é desta descoberta que quero falar, quero falar que eu e Nina, quando juntos, nos descobríamos.

Conversas, olhares, toques, posições, gemidos, brincadeiras, risos, medos, dúvidas, tristeza, despedida, paz e turbulência. Turbulência de sentimentos intensos. Um furacão. Era o que nos compunha. Descobertas. Curiosidades para uma nova descoberta e experiências.

Agora, administro.

domingo, 4 de julho de 2010

Insano

Apesar de minha vida parecer retornar para um trilho, minha angustia apenas abranda.

A presença de Nina em meus pensamentos é incessante.

A vontade de estar com ela parece não ter remédio.

Minha sina é tê-la em minha mente.

Não posso dizer que é um doce castigo.

Como já disse, estou criando fantasias em minha mente, e tê-la novamente é meu objetivo.

Não sei quando, não sei onde e não sei como, mas planejo a noite em que vou estar ao lado dela.

Isto é insanidade.