terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fraqueza

Confesso minha fraqueza.
Todos os dias penso em você e me seguro em minha razão para respeitar o seu "OK?", mas hoje não teve jeito.
Tenho que te escrever para contar que:
Fiquei a tarde em casa para ler nossa correspondência,
Lembrar,
Sentir saudades,
Chorar uma paixão, um amor.
Me sinto egoísta.
Não queria me desculpar por este ato, mas o faço, pela força da educação.
-Desculpas.
Não aceite-as. Não me perdoe. Não quero.
Talvez queira que você entenda. Não entenda também. Entender é algo motivado pela razão.
Também não quero algo motivado pela emoção, como a compaixão. Talvez por outra "...ção" que não conheço.
Tenho meu orgulho as avessas.
Apenas aceite a minha fraqueza.

Não quero concordar com Drummond, hoje. Me deixe sofrer, me deixe iludir em paz.

Definitivo, como tudo que é simples
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das
Coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer
Por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
Que gerou em nós um sentimento intenso e que nos
Fez companhia por um tempo razoável, um tempo
Feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
O que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas
Projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos de ter
Conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
Por todos os livros e silêncios que
Gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante
E paga pouco, mas por todas as horas livres que
Deixamos de ter para ir ao cinema, para
Conversar com um amigo, para nadar,
Para amar.
Sofremos não porque nossa mãe
É impaciente conosco, mas por todos os momentos
Em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas
Mais profundas angústias, se ela estivesse interessada
Em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas
Pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
Mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
Impedindo que mil aventuras aconteçam,
Todas aquelas com as quais sonhamos e nunca
Chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o
Desperdício da vida está no amor que não damos,
Nas forças que não usamos,
Na prudência egoísta que nada arrisca, e que,
Esquivando-se o sofrimento, perdemos também a
Felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento opcional.
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Olhar para dentro de mim

Na rodovia tenho tempo para meus pensamentos.
Preciso anotá-los, pois estou a esquecê-los.
Parar no acostamento não me parece boa ideia.
Nunca olhei tanto para dentro de mim. Auto-analise.
Acho que meu comportamento é egoísta.
Não o comportamento, mas o pensamento, tudo gira em torno do meu umbigo.
"Fingir que te deixo partir é uma maneira egoísta de amar"
Mas, não a deixo ir, ao menos dos meus pensamentos, Nina é sempre presente.
Já disse, talvez uma doença, que agora parece ser auto-imune, uma forma de Lupus.
Preciso me abrir para o amor. Só amo Nina.
Klimt - The Kiss
O que aprender com a obra? Ou devemos aprender com o autor? Ou não há separação entre criador e criatura?

domingo, 22 de agosto de 2010

Hoje

Hoje é meu aniversário, resolvi me presentear escrevendo para ti e contar como estou.
Hoje resolvi ser Peter Pan novamente, voar para a Terra do Nunca ou melhor ainda para Pasargada.
Voar com "minhas assas tortas" junto com Wendy, seria muito melhor com Nina.
Hoje "prefiro o delírio", a inconsequência de dizer que te amo. Inconsequente, mas verdadeiro, a meu modo, pois não passo um dia sem pensar em você.
Penso quando acordo, durante o dia e a noite.
Penso quando faço as coisas mais cotidianas, mundanas e carnais.
E até quando faço sexo. Parece que só faço sexo, não faço mais amor.
Penso em te encontrar novamente. Na verdade, fanatasio.
Há pouco tempo que vi um documentário que dizia que o inferno, na verdade, é a falta da pessoa amada. Pois bem, tenho vagado pelo inferno nos últimos meses. Me pego triste, aparentemente sem razão para os outros, mas sei que você me faz falta.
Queria te ver, para ver seus olhos apertados, escutar sua voz, beijar sua boca, sentir seu corpo, morder seus seios, sugar sua pele e te amar. Depois de secar o meu, o nosso suor, escrever e ler um poema em suas coxas, ver sua pinta.
É isto que tenho feito, é assim que estou.
Leio o livro da Lya que você me deu, mas você não deveria tê-lo lido. As páginas que você marcou, continuam marcadas para que eu possa te encontrar e te ouvir, mesmo que seja com as palavras da Lya.
Espero um chamado seu, me chame que eu vou, vou sem qualquer exigência. Vou para tomar um café, comer um petit gateau, ler uma poesia, te ouvir, te ver. Vou para você e por você.
Apenas um breve momento, sem passado, sem futuro, sem presente se quer, somente nós dois.
Sabemos que não podemos parar o tempo, mas ainda podemos tê-lo para nós, por breve que possa ser.
Te espero, meu amor!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Body

Que falta me faz seu corpo
Que falta me faz seus pelos pubianos, cerrados a me espetar
Que falta me faz a visao e o toque no seu quadril curvilineo
Que falta me faz sentir voce molhada ao te penetrar
Que falta me faz seu balanco sobre meu corpo
Que falta me faz seu gemido baixo
Que falta me faz sua voz aperta a me dizer
Que falta me faz seu olhar a mostrar a dor do prazer
Que falta me faz seu sexo a comer o meu
Que falta voce me faz

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ócio e Solidão

Percebo que o ócio em meu trabalho não me faz bem. Isto é um campo aberto para que meu pensamento vá em direção de Nina.
Ontem ouvi a voz dela ao fundo numa ligação que fiz.
Mandei um e-mail. Na linha de assunto, escrevi algo assim:
- Vc poderia atender o telefone !!! Opsss ....
É claro que não tive resposta.
Almocei sozinho. Ficar sozinho também não é uma boa ideia.
Durante a tarde pensei em estar na cama com qualquer mulher, até uma vadia.
Não tenho Nina. Entro em desvairio.
Minha tristeza voltou. Acho que estou caindo em depressão. Preciso lutar.
Está difícil aceitar que nunca mais terei Nina. Vivo em um mundo de fantasias e ilusões. Imaginando encontrá-la.
Preciso me recompor.
Voltar para a casa não me agrada.
Meu amor ficou com Nina.
Vermeer - A Arte da Pintura
Seurat - A Sunday on la Grande Jatte

domingo, 15 de agosto de 2010

Sem Palavras

Está começando uma nova semana, na qual se acabou tinha a esperança de me encontrar com Nina. Tinha feito planos, fantasiado situações.

Mas tive que priorizar um outro compromisso profissional, foi difícil ver o que tinha planejado se esvair.

Continuo a pensar nela todos os dias, no amanhacer, durante o dia e ao anoitecer.

Pensei no que ia escrever na "orelha", pareceia bom, não escrevi neste blog e em papel não é seguro. Me esqueci.

Viajei, voltei. Hoje sinto solidão, mais uma vez. Estar acompanhado, não é necessariamente estar acompanhado. Sentimentos estranhos me invadem, como este da solidão acompanhado. Ir ao cinema, ir a um bar, assistir televisão, acompanhado, mas sozinho. Falta algo, não sei o que é, talvez seja companheirismo. Deixei com Nina.

Ela, este fantasma, me assombra todos os dias, na verdade quero que me assombre.

Me pergunto o que é o amor. Não tenho resposta, tenho medo de dar respostas. Minha educação conservadora me leva a acreditar que amar está ligada as coisas duras da vida. Minha relação com Nina me leva a amá-la de um jeito poético, acima das convenções.

Escutei no filme Entre Dois Amores algo como "Tenho dois amores meu Amado e meu Amante". Estou na mesma situação.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mendigar

O único pensamento que me recorre é fazer uma pergunta para Nina:

-Caso você não tenha nenhum compromisso, caso não precise justificar seus atos, caso não precise dar satisfações para ninguém; tome um café comigo, leia uma poesia de um livro junto a mim, jantemos sushi e sashimi, converse comigo, toque minha mão, meu braço.
O que mais preciso é da sua palavra. Fale de arte, de poesia, de você, mas fale. Quero te pedir, peço esta esmola.
Minha alma é de mendigo, qualquer coisa sua por menor que seja, espero que sacie minha vontade de você.
Apenas jogue uma esmola em minha direção.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vermmer - A Arte de Pintar

Quanta coisa um artista consegue expressar através de sua obra e mais impressionante ainda quando é sobre uma apenas.

Acabei de perceber que Vermmer é de escorpião. Não sou ligado em horóscopo, mas me parece que os escorpianos, assim como eu, possuem suas marcas.

Tudo para me sintonizar com Nina. Com a qual ainda penso todos os dias e agora penso em encontrá-la novamente. E convidá-la para estarmos juntos para qualquer coisa, desde um café com uma boa conversa até sexo com uma boa conversa.

Minha loucura vem em ondas, normalmente durante a semana ocorre a formação, no final atinge a altura máxima da crista e estoura. Eu, me estouro por dentro e para fora.

Quartas-feiras.......de futebol na TV.

Já vi Anibal, Bocage, A Recessão Americana.

Espero que ela também. Temos muito a conversar. Com um olhar eu me contentaria.