sábado, 19 de junho de 2010

Canada

Há tempo que quero falar (escrever) sobre o Canadá. Mas são tantos pensamentos que não deveria mais separar em títulos. Tudo é um turbilhão.
Estivemos no Canadá por uma noite e um início de tarde. O verão se acabara e o outono começava. Já a noite, depois de momentos de amor, saímos para jantar. Era uma noite levemente fria, eu e ela não usamos blusas.
Primeiro sentamos numa mesa ao relento, mas senti que precisava de calor.
Fiz o pedido, nunca sentíamos fome quando juntos, nos comíamos, nos bastávamos. Uma porção de carne de porco e uma ótima cerveja de trigo.
Ela me serviu, ela adorava me servir. Há muito, não era servido por alguém. Ela cuidava de mim. Percebi, como nós homens somos eternos garotos.
Conversamos, rimos, nos bolinamos sobre os jeans.
O local estava vazio, ainda não era temporada. Praticamente, fechamos o restaurante.
Voltamos para a pousada. Que cama maravilhosa! Enorme, confortável, muitos travesseiros, tudo muito macio, um convite para o amor. Quando cobertos ficava calor, quando descobertos um tanto frio. Nos amamos. Nina adormeceu, apagou na verdade, foi a primeira vez que isto aconteceu. Sempre ela velava meu sono. Deu um suspiro e dormiu.
Acordamos no fim da madrugada, como parecia sempre ocorrer para nos amarmos. Dormir, amar, banhar-nos. Resolvi esfregar e banhar Nina, ela me disse que ela que não estava acostumada a levar um banho e sim em dar. Isto era verdade, várias vezes usou seu corpo para esfregar ao meu com uma esponja macia que deslizava sobre meu corpo sob o efeito da espuma.
As folhas de maples já estavam no chão, indicando a chegada da estação. Foi nosso penúltimo encontro.
No meio da manhã, tomamos café longamente, sem pressa, fizemos as malas e o checkout. Fomos para a cidade, andamos, sentimos o fraco e saboroso calor de outono, céu azul perfeito.
Uma cafeteria, cafés, petit gateau, conversas, beijos e toques.
Muitas lembranças do Canadá, do nosso Canadá.
Saudades de Nina.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Starbucks

Estive no Starbucks com o pretexto de tomar um café e comer um brownie. Na verdade, era pra me lembrar de você. Escrevi para a segunda pessoa, quando, de fato, deveria ser para a terceira pessoa, Nina.
Lembrar de quando nos encontramos. Já nem me lembro do que falamos no café. Acho que foi sobre minha viagem. Mostrei as fotos da câmera digital apressadamente. Segurei suas mãos e te beijei, como adolescente, inseguro.
Acho que o que marca a experiência humana, não são as palavras, mas sim os atos.
Minhas mãos suadas, um beijo com ar de pedido de permissão, como você mesma escreveu.
Foram longos curtos momentos. Hoje meu café e meu brownie não duraram mais que 5 minutos. O café e o brownie se foram rapidamente. Naquele dia conversamos e durou mais que hora.
Me sinto só, rodeado de pessoas.
Insisto em não te esquecer.
A dor de sua lembrança é um saboroso amargo de café.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A-Ha

Já não posso ouvir música, muito menos A-Ha.
Hoje trabalhava e escutava as músicas, voltei a ficar esfacelado

Hunting high and low

I'm hunting high and low
And now she's telling me she's got to go away
I'll always be hunting high and low
Hungry for you
Watch me tearing myself to pieces
Hunting high and low

Crying in the rain

If I wait for stormy skies
You won't know the rain from the tears in my eyes
You'll never know that I still love you so
Only heartaches remain
I'll do my crying in the rain

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sonhos de um Reencontro

Sonho em revê-la.
Talvez ela fosse para São Paulo numa feira, onde eu poderia estar.
Preferi não ir, não com o intuito de fugir dela, mas para me poupar, pois seria mais certo que não nos vissemos.
Seria frustante.
Se a visse, teria que convidá-la para sair e depois fazer amor.
Seria frustante ouvir um não.
Seria maquiavélico, assombrar os sentimentos dela.

Monstro

Estou me transformando num monstro.
Estou tentando transformar outra pessoa no que não é.
Estou querendo que minha mulher seja Nina. E ela não é.

Sonhei com Nina, foi a primeira vez.
Não sei dos detalhes do sonho.
Acho que estavámos a fazer ou começando a fazer amor.
Fomos interrompidos ou despertei, infelizmente.
Poderia gritar o nome dela enquanto durmo, talvez facilitaria as coisas.

Por vezes penso, que deveria dizer, que me apaixonei por outra pessoa.
Ou simplesmente dizer, ou ameçar:
- Cuida de mim, pois conheço outra pessoa que gostaria de cuidar de mim!
Ou:
- Estou tentando ficar com você, não se descuide de mim!

Ela já sabe que estou diferente, eu sinto. Talvez ache que é uma crise de entrada na meia-idade, também não deixa de ser.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tristeza

Por vezes acho que não tenho mais dor, agora estou num estado constante de tristeza.
Acho que é um sintoma de depressão. Penso em procurar ajuda médica. Melhor não.
Os fins de semanas continuam terríveis, o tempo ocioso comigo mesmo me remete a pensar em Nina. Vem a semana de trabalho com os atributos do dia a dia para me salvar.

Comparei o antes e o depois de Nina e cheguei a conclusão que meu estado é semelhante ao de Adão e Eva, explico: Eu já estava insatisfeito no paraíso, resolvi comer o fruto da árvore da sabedoria, tomei ciência da minha nudez de vida, da minha vida vazia. Fui expulso. Não tenho paraíso e nem o fruto da sabedoria. Nina foi a árvore da sabedoria. Enquanto degustava o fruto o Eden era maravilhoso, depois da expulsão fiquei próximo ao inferno.

Meu cotidiano me leva a Nina. Vivemos tão pouco tempo juntos, mas intensamente, que as simples ações do cotidiano me marcaram.
Já não posso tomar banho, muito memos me ensaboar e cobrir meu corpo de espuma.
Já não posso tomar café expresso, muito menos comer brownie.
Já não posso beber cerveja, muito menos Baden Baden
Já não posso beber vinho, muito menos sacar a rolha e servir.
Já não posso comer pizza, muito menos na embalagem.
Já não posso dirigir, muito menos para o "Canada".
Já não posso fazer sexo. Me falta amor, só sobrou a carne. Meu espírito reclama e clama por Nina.

Muitas vezes penso em loucuras. Procurar Nina novamente. A razão me chama, minha vida construída e estabelecida. Meu filho para criar. Minha mulher para retribuir. Meu emprego para preservar. Entendi perfeitamente o sentimento do Sr. Fleming do filme Perdas e Danos. É algo inexplicável e inevitável. Me pergunto se era somente o sexo. Não, não era somente o sexo. O contexto é mais forte.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Perdas e Danos

Jeremy Irons (vencedor do Oscar® de Melhor Ator por O Reverso da Fortuna) e a bela Juliette Binoche (vencedora do Oscar® de Melhor Atriz Coadjuvante por O Paciente Inglês) são os astros desta história com momentos de muita sensualidade e suspense. Stephen Fleming é um dos líderes do parlamento inglês. Um homem com reputação intocável e comportamento familiar exemplar. Isto até mergulhar de cabeça numa perigosa aventura de amor e sexo. Fleming se apaixona por Anna, noiva de seu filho. Anna é uma mulher estonteante que também fica louca por ele. Eles sabem dos riscos que correm, mas a paixão é mais forte