Por vezes acho que não tenho mais dor, agora estou num estado constante de tristeza.
Acho que é um sintoma de depressão. Penso em procurar ajuda médica. Melhor não.
Os fins de semanas continuam terríveis, o tempo ocioso comigo mesmo me remete a pensar em Nina. Vem a semana de trabalho com os atributos do dia a dia para me salvar.
Comparei o antes e o depois de Nina e cheguei a conclusão que meu estado é semelhante ao de Adão e Eva, explico: Eu já estava insatisfeito no paraíso, resolvi comer o fruto da árvore da sabedoria, tomei ciência da minha nudez de vida, da minha vida vazia. Fui expulso. Não tenho paraíso e nem o fruto da sabedoria. Nina foi a árvore da sabedoria. Enquanto degustava o fruto o Eden era maravilhoso, depois da expulsão fiquei próximo ao inferno.
Meu cotidiano me leva a Nina. Vivemos tão pouco tempo juntos, mas intensamente, que as simples ações do cotidiano me marcaram.
Já não posso tomar banho, muito memos me ensaboar e cobrir meu corpo de espuma.
Já não posso tomar café expresso, muito menos comer brownie.
Já não posso beber cerveja, muito menos Baden Baden
Já não posso beber vinho, muito menos sacar a rolha e servir.
Já não posso comer pizza, muito menos na embalagem.
Já não posso dirigir, muito menos para o "Canada".
Já não posso fazer sexo. Me falta amor, só sobrou a carne. Meu espírito reclama e clama por Nina.
Muitas vezes penso em loucuras. Procurar Nina novamente. A razão me chama, minha vida construída e estabelecida. Meu filho para criar. Minha mulher para retribuir. Meu emprego para preservar. Entendi perfeitamente o sentimento do Sr. Fleming do filme Perdas e Danos. É algo inexplicável e inevitável. Me pergunto se era somente o sexo. Não, não era somente o sexo. O contexto é mais forte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário